As redes sociais e o ensino de ciências

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Ensino de ciências

Carolina Brandão, editora de textos da Geekie, conta sobre como utilizar redes sociais no ensino de ciências pode potencializar o aprendizado do aluno. Confira!

É muito comum ouvir reclamações de professores falando sobre como os alunos não têm interesse em aprender e como existe um grande desafio em procurar maneiras de fazer com que o aprendizado dos estudantes seja estimulante, pois faltam ferramentas e exemplos próximos do educador. A realidade do professor hoje é lidar com alunos que são nativos digitais, pois já nasceram inseridos em um mundo conectado pela internet e com redes sociais. E, com tanta informação disponível a um toque, o currículo escolar de disciplinas como ciências não empolga o aluno do século XXI. Mesmo assim, com um bom uso de ferramentas que temos hoje, é possível promover um ensino significativo e motivador.

Falta motivação para o ensino de ciências?

O aprendizado é uma via de duas mãos: o educador precisa estar motivado a ensinar os alunos, mas os alunos também precisam estar motivados para aprender. Na alfabetização, por exemplo, a motivação para o aprendizado parte muito dos estudantes, pois eles sentem a necessidade de conseguir interpretar o mundo por meio da leitura e da escrita. No entanto, é sentido que o ensino de ciências muitas vezes não promove essa motivação para que o aprendizado seja significativo. E, apesar de muitos educadores ainda acharem que as redes sociais podem atrapalhar no aprendizado, elas podem ser justamente a motivação que falta para os alunos se engajarem na sala de aula.

Como as redes sociais podem ajudar?

Estudos afirmam que as redes sociais possibilitam o uso de novas estratégias para o ensino e, se forem bem utilizadas, podem ser uma grande fonte de recursos educacionais. A troca que pode ser feita por meio de uma rede social é muito valiosa no contexto de estudo – os alunos podem criar grupos de estudos, compartilhar materiais e consumir conteúdo em diversos formatos (textos, vídeos, infográficos) que são criados em uma linguagem distinta da linguagem dos materiais didáticos tradicionais. O resultado é que muitos alunos e até professores estão cada vez mais se voltando para as redes sociais a fim de interagir uns com os outros e construir conhecimentos.
O ensino de ciências depende muito do debate de ideias e dessa construção coletiva do conhecimento e redes sociais podem facilitar essa troca de ideias e experiências, auxiliando no aprendizado. Os alunos atuais podem não ver motivação para fazer um trabalho de ciências na sala de aula, mas se o mesmo conteúdo é consumido digitalmente e eles podem interagir da maneira que estão acostumados – curtindo, comentando, compartilhando – a motivação cresce.

Consumir e produzir conteúdo

Outro ponto importante do uso das redes sociais no contexto de educação é a possibilidade de consumir e também de produzir conteúdo. Hoje é possível que o aluno construa uma fanpage ou um canal no YouTube para disponibilizar o seu conteúdo autoral, e essa produção pode ser explorada de diversas maneiras, desde ser avaliada da mesma maneira que um trabalho de escola tradicional ou até mesmo sendo um projeto a ser desenvolvido a longo prazo, de maneira individual ou em grupo. Essa produção de conteúdo pelo aluno reforça a ideia de ele ser o protagonista de seu próprio aprendizado, valorizando suas experiências, opiniões e saberes.

Quais redes sociais posso usar?

Não existe uma regra de qual rede social é apropriada para estudar: redes usadas para o entretenimento, como o Facebook, podem ser muito bem utilizadas para o aprendizado com um bom direcionamento. Além dessas redes que todos conhecem bem, também existem redes sociais criadas especialmente para serem utilizadas nos estudos.
O importante é aproveitar a grande quantidade de ferramentas online que temos disponíveis para promover um aprendizado que não somente bombardeia o aluno de informações, mas que o encanta e faça com que ele tenha vontade de buscar o conhecimento de forma autônoma.
* Carolina Brandão é bacharel em Ciências Biológicas com habilitação em Biologia Marinha pela Unesp e pós-graduada em Manejo e conservação de fauna silvestre pela Universidade de Santo Amaro. Trabalha como redatora, editora e revisora técnica de materiais didáticos desde 2010 atuando na área de Ciências da Natureza e em 2014 ingressou na Universidade de São Paulo no curso de licenciatura em Ciências. Entrou para a Geekie no início de 2017 e atua hoje como editora de textos.
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