O que significa ser um aluno no século XXI?

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Aluno século XXI

Silvana Tamassia, colunista do InfoGeekie, mostra as diferenças do perfil exigido do aluno no passado e o perfil do aluno atual, do século XXI. Confira!

Lá se vão alguns anos desde que fui aluna na Educação Básica…
As expectativas com relação aos alunos, naquela época, eram bem diferentes.
E os recursos os quais os alunos dispunham, então, nem se fala!
A maior parte do conteúdo devia ser decorada e respondida no dia da prova, o mais parecido possível com as palavras do livro. Quanto mais parecido, mais demonstrava o quanto você tinha “aprendido”!
Habilidades como colaboração e autonomia não eram sequer mencionadas. Elas eram necessárias apenas para realizar os poucos trabalhos em grupo que eram propostos para serem feitos em casa. Mas isso era um pré-requisito esperado, ou seja, os professores não planejavam situações intencionais as quais pudessem colaborar para o desenvolvimento destas habilidades nos alunos. Quanto mais individual, melhor, assim não havia muita conversa paralela e o silêncio era garantido para o bom andamento da aula, que estava quase sempre focada no professor.
E quando havia alguma pesquisa, nada de internet – tínhamos que fazer uma longa busca (sem buscador automático) nas páginas de uma enciclopédia e, depois, copiar tudo à mão para entregar ao professor.
Ainda bem que isso ficou para trás… e muita coisa nova surgiu.
Mas, junto com tantas novidades, vieram também os desafios. Como tentar entender os conteúdos diante de tanta informação disponível?
Hoje a internet disponibiliza praticamente tudo que se queira saber, tanto dentro como fora da escola. Ao fazer uma pesquisa para um trabalho, é preciso saber escolher quais sites são confiáveis. Lançar mão daqueles em que há uma curadoria que já pré-seleciona os conteúdos mais adequados é uma boa estratégia. Por exemplo, o Youtube Edu, que disponibiliza materiais após uma triagem para disponibilizar os conteúdos mais seguros e adequados para o uso na escola ou algumas plataformas como a Geekie e a Me Salva, que organizam materiais, exercícios e videoaulas por disciplinas ou áreas de estudo.
Outro recurso muito importante para se preparar para os desafios deste novo século é o desenvolvimento de competências que vão para além do domínio cognitivo, como as relações interpessoais, que envolvem habilidades de expressar ideias e responder aos estímulos de outras pessoas, e intrapessoais, que envolvem a capacidade de lidar com as emoções e ajustar os comportamentos de modo a atingir os objetivos.
Podemos dizer que as empresas contratam os novos funcionários com base em suas habilidades técnicas/cognitivas, mas o que permite que eles permaneçam no emprego são as competências inter e intrapessoais.
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Assim, o desenvolvimento da autonomia, reflexão, argumentação, espírito de equipe, resolução de conflitos, adaptação, iniciativa e responsabilidade, entre outros, torna-se cada vez mais necessário.
Por isso, o professor precisa pensar em situações didáticas que possibilitem a vivência e desenvolvimento destas competências, como por exemplo, o trabalho em grupo na sala de aula, e o uso de novas tecnologias que favoreçam esta interação nos diferentes espaços, inclusive fora da escola.
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Os alunos precisam desenvolver uma postura questionadora, buscando argumentar de acordo com os seus pontos de vista e com base nos estudos e referências dos quais tenham se apropriado.
É importante, ainda, que este aluno perceba o seu papel dentro do processo de aprendizagem, como um ator importante e que tem uma grande responsabilidade neste processo.
Além disso, é importante que o professor permita que os alunos tragam referências de sua realidade para a sala de aula, de modo que os conteúdos se tornem não só mais interessantes, como também que os alunos se sintam motivados a entender e buscar soluções para situações reais, que impactem de maneira direta ou indireta, a sua própria comunidade.
E o mais importante, sendo parte deste processo o aluno precisa receber feedbacks sobre o seu desempenho a fim de que possa focar sua força nos pontos de melhoria e, assim, ampliar o seu desenvolvimento e aprendizagem.
* Silvana Tamassia é mestre em Educação pela PUC-SP, na linha de pesquisa sobre formação de professores, e formada em Pedagogia com especialização em Psicopedagogia e Educação Infantil pela UNIA. Atualmente, é aluna do MBA em Gestão Empresarial da FGV. Em 2007, foi ganhadora do prêmio Educador Nota 10, da Fundação Victor Civita. Tem vasta experiência na área da educação há 25 anos, tendo atuado como professora na Educação Básica e no Ensino Superior, e como coordenadora pedagógica. Atualmente é sócio-fundadora da Elos Educacional atuando em programas de formação de professores e gestores e membro da rede de Talentos da Educação da Fundação Lemann e do Comitê de Inovação da Universidade Braz Cubas.
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