Como os valores do design thinking deixam as aulas mais dinâmicas

Colunas
Valores do Design Thinking

É possível utilizar os valores do Design Thinking para deixar o aprendizado mais dinâmico. Descubra como usar empatia, colaboração e experimentação para transformar suas aulas!

Em conversa com colegas professores(as), é comum ouvir sobre o desejo de tornar as aulas mais dinâmicas e atrativas aos alunos e às alunas, o que é um enorme desafio principalmente quando não se dispõe de recursos tecnológicos e espaço adequados para isso.

Em outro artigo, Mapa de empatia como instrumento de autoavaliação docente , falei sobre a possibilidade de repensar as nossas práticas de ensino através do mapa de empatia, uma ferramenta utilizada no Design Thinking, que é uma abordagem que busca a resolução de problemas complexos de forma simples, propondo uma nova maneira de pensar, baseada em seus três valores, que são a empatia, a colaboração e a experimentação. E incluir esses valores em nossas aulas pode ser transformador para professores(as) e alunos(as)!

A empatia é a capacidade de colocar-se no lugar das outras pessoas, compreendendo as ações do(a) outro(a) e o contexto no qual ele está inserido, e acolhendo o ponto de vista e as perspectivas alheias. Já a colaboração é o ato de pensar e trabalhar em um grupo, ou seja, a capacidade de co-criar em uma equipe multidisciplinar, heterogênea, e contribuir para ela. A experimentação, por sua vez, significa construir, colocar em prática e testar as soluções encontradas, a fim de aprimorá-las e fazer as modificações necessárias.  

É na escola, em grande parte, que formamos o nosso mindset, o nosso modelo mental, e que aprendemos as competências, habilidades e valores essenciais para a vida social, afetiva, acadêmica e para o mundo do trabalho. Uma vez que a escola é um local de promoção do desenvolvimento integral de pessoas, os valores da empatia, da colaboração e da experimentação são fundamentais para o sucesso do processo de ensino-aprendizagem e para a formação dos alunos e das alunas.

As competências da BNCC_CTA2

A empatia, por exemplo, é estimulada principalmente nas aulas dos componentes de literatura e humanidades, pois, nas aulas de literatura, história, filosofia e sociologia, entra-se em contato com outras realidades, costumes, modos de enxergar o mundo e diversidade de discursos, o que exercita no aluno e na aluna a capacidade de colocar-se no lugar das outras pessoas e de compreender o contexto em que elas vivem, assim como os problemas que elas enfrentam.

A colaboração é outro valor fundamental para o desenvolvimento do indivíduo e que deve ser estimulado no ambiente escolar, para que os(as) alunos(as) aprendam a co-criar com os colegas e desenvolvam a sua criatividade e o relacionamento interpessoal. Além disso, esses momentos de trabalho colaborativo são riquíssimas trocas de conhecimento e de experiências entre a turma, conectando-os entre si, estreitando os seus laços na convivência diária e aumentando ainda mais a eficiência da aprendizagem.

Para tornar o aprendizado do(a) aluno(a) ainda mais ativo e significativo, o terceiro valor que vai promover essa mudança de mindset proposta pelo design thinking é a experimentação. Essa é uma das principais dificuldades encontradas na escola atualmente, visto que o ambiente escolar valoriza os acertos em detrimentos dos erros, que são encarados como falhas e passíveis de punição, como perda de nota. Experimentar requer colocar “a mão na massa”, fazer, testar e, consequentemente, errar para poder refazer, aprimorar e acertar. E é esse tipo de situação com a qual há maiores dificuldades de lidar.

É preciso, portanto, que não só os(as) professores(as) ousem experimentar mais em suas práticas docentes, como também é necessário proporcionar aos alunos e às alunas situações de aprendizagens mais práticas, nas quais eles precisem errar para poder acertar, tornando os erros algo formador e que contribui para o sucesso da aprendizagem.

Este é um dos principais ensinamentos que é possível trazer do design thinking para a sala de aula: a ideia de que, aprendendo a colocar-se no lugar das outras pessoas, pode-se trabalhar em conjunto com os demais em grupos heterogêneos e de que essa diversidade só facilita as atividades, pois traz contribuições diversas e igualmente relevantes para solucionar os problemas e desafios que surgem, e que, para isso, é necessário experimentar, ou seja, implementar, testar, prototipar, valorizando o erro como mais uma oportunidade de aprender.

Os valores do design thinking, portanto, vão ao encontro de uma educação transformadora, significativa e que coloca o(a) aluno(a) no centro de todo o processo educacional, como deve ser. Por isso, é muito pertinente que os(as) professores(as), cada vez mais, conheçam essa abordagem e inspirem-se nela ao prepararem suas aulas e ao planejarem as atividades que os seus estudantes desenvolverão, transformando-se em mediadores do processo de ensino e aprendizagem e fazendo da sala de aula um verdadeiro espaço de trabalho colaborativo.

* Vanessa Giron é formada em Letras, português e grego clássico, e mestre em Letras Clássicas pela USP. Professora desde 2011, foi coordenadora de Ensino Médio por dois anos no Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, onde leciona atualmente. Utiliza o Design Thinking e o Pensamento Visual nas suas práticas educacionais desde 2015. No início de 2017, idealizou e criou o blog “Empodera  professor!”, com o objetivo tratar de empoderamento e autoestima de professores.  Acesse o blog em empoderaprofessor.wordpress.com. Siga no Instagram @vanessagiron_ . Entre em contato: profvanessagiron@gmail.com.

Este artigo foi publicado em 11 de agosto de 2017 e atualizado em 19 de outubro de 2020.

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