Conheça o professor que usou blogs para motivar alunos

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Este post faz parte de uma série que traz dicas para o uso de redes e aplicativos sociais na sala de aula. Na semana passada, falamos sobre o Facebook (clique aqui para ler).

Blogs já existem há quase 20 anos e seu uso na educação não é exatamente uma novidade. Muitos professores mantêm blogs sobre as matérias que lecionam e é possível encontrar na internet vários outros que foram criados como projetos escolares e são alimentados por alunos. Além de permitirem treinar a escrita criativa e desenvolver habilidades argumentativas, eles também servem como local para publicar fichamentos e artigos em que estudantes explicam com as próprias palavras os tópicos estudados. Mas existe outro aspecto importante: blogs também podem ser muito eficientes para motivar os alunos. Neste post, trazemos o relato de Eric Patnoudes, um professor e especialista no uso da tecnologia na educação que descobriu isso ao trabalhar com uma ferramenta chamada QuadBlogging.  O texto foi publicado originalmente no site EdTech (em inglês).
“Quantas vezes você já ouviu um estudante perguntar: ‘Quantas páginas eu vou precisar escrever?’ ou ‘Isso vai cair na prova?’? Muitos estudantes vêm para a escola com pouco desejo de agradar a seus professores (…). Ao longo da minha carreira como educador, sempre tive interesse em mudar o paradigma da educação pública para reconquistar alunos por cultivar neles uma motivação interna para aprender. E acredito que um ingrediente chave para isso é proporcionar experiências autênticas de aprendizagem na sala de aula.
Recentemente, trabalhei com um professor de atualidades do Ensino Médio chamado Jeff Jakob para usar blogs como uma plataforma para escrever com os alunos em sua classe. Não só isto é um exemplo de bons resultados do uso da tecnologia, como também demonstra o poder de uma audiência na motivação e envolvimento dos estudantes.
Quando os alunos se voltam por escrito ao seu professor, muitas vezes não se importam se é bom – contanto que seja bom o suficiente. Mas quando publicam seus trabalhos online, eles querem que seja bom. Sabendo que alguém além dos seus próprios pais, tutores ou professores se preocupa com seu trabalho e vai estar lendo isso tem um profundo impacto sobre a qualidade do que eles produzem. Muitas vezes, os alunos estão mais interessados ​​em saber o que seus colegas pensam sobre seu trabalho do que em saber a opinião do professor.
Antes de iniciar o projeto, Jeff usou os canais apropriados para obter a permissão dos pais para publicar os trabalhos de seus alunos online. Ele também investiu tempo em fornecer os recursos necessários para que os alunos aprendessem como interagir apropriadamente em plataformas digitais como um blog. Então seus estudantes criaram seus próprios blogs – que deviam ser públicos, para o mundo inteiro ver. Uma vez que cada aluno tinha seu próprio blog, Jeff registrou a classe em um site chamado quadblogging.com, que ligava a sua turma com três outras turmas pelo mundo.
Ele funciona assim: cada classe, ou “quad”, tem um coordenador para supervisionar a comunicação entre os grupos. Cada ciclo dura um período estabelecido, com cada quad ficando por uma semana no centro das atenções. Durante essa semana, o blog vai ser visitado pelos outros membros do quad, que vão deixar um feedback sobre eles. Em troca, a classe compromete-se a visitar os blogs dos outros quads quando for a sua vez no centro das atenções. O resultado assegura que os blogs tenham um público autêntico. (…)
Esta experiência maravilhosa com os blogs teve um tremendo impacto sobre esses alunos. Nós vimos alguns alunos quietos e tímidos florescerem como escritores confiante, prontos para enfrentar a blogosfera. No entanto, o objetivo de compartilhar sobre o projeto não é para sugerir que cada professor comece a blogar com a sua classe neste ano letivo. O principal argumento aqui é que não é sobre a tecnologia, mas sobre a oportunidade de aprendizado que a tecnologia proporciona. A decisão de mobilizar uma audiência autêntica – e ver o que isso pode fazer para motivar e envolver os alunos – foi impulsionada pela pedagogia e pelos resultados dos estudantes.
Como educadores, devemos mostrar aos alunos que alguém que não seja seu professor ou os pais se preocupa com seu trabalho. Isso é incrivelmente empoderador. Desafie outros professores a expor os alunos às perspectivas de seus pares em uma escala global. Vai ser uma grande surpresa para eles – especialmente para aqueles que nunca puderam viajar para fora do seu distrito.
Finalmente, abandone a ideia de que a publicação online dos trabalhos dos alunos é uma coisa ruim ou assustadora na educação. Em vez disso, dê aos alunos a oportunidade de aprender que aquilo que publicam na internet não vai embora, e que isso pode ser aproveitado de forma positiva para ajudá-los a entrar na faculdade ou até mesmo, talvez, encontrar um emprego algum dia.”
Você, educador, tem alguma experiência bacana envolvendo o uso de ferramentas tecnológicas na educação? Envie sua história para o InfoGeekie no e-mail ana.prado@geekie.com.br.

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